quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A revolta

E eu que achava estar já na idade de acreditar que tudo tinha o seu tempo. Lá vêm ideias acerca da definição do próprio tempo e da sua longevidade desmesurada... Tento esquecer isso e sinto verdadeiramente uma insatisfação profunda aliada a uma falta de encaixe nesta sociedade dita democrática. Além de sentir que não possuo uma voz activa tão pouco a minha escrita reflecte a minha tristeza. Tão pouco pressentir que isso não vai mudar, inerente pessimismo.
Assistimos agora, frequentemente, a intervenções nem sempre bem enquadradas o que proporciona inevitavelmente terreno fértil para alimento dos nossos comediantes.
Assim vai este nosso país, não meu, porque raramente sinto que ele expressa e transmite os meus valores. Onde um mero jogo de futebol é suficiente para encher tanto um estádio como um camião de areia capaz de obstruir a tão aclamada visão periférica. Critico sem soluções talvez porque não consigo recordar o tempo em que o tempo fazia sentido.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

My music




Como já estava a ver muito texto e pouca imagem, resolvi publicar aquilo que representa o género de música que tenho ouvido nos últimos anos. Uma pequena homenagem a um estilo ainda muito mal difundido e conhecido em Portugal. ( Não confundir com a revista americana, julgo eu, que detém este logotipo. )

Máscaras

Por onde andas tu, sem pensar
Crias objectivos insondáveis e esperas
Recrias a tua ambição numa futurologia descrente
E aguardas o calor de uma mão agnóstica

Julgas-te livre mas não vives sem regras
Consideras-te criativo mas desenvolves melhor as ideias dos outros
Quase tudo em ti é contraditório excepto a sinceridade
Arrebatadora e tão confiante de si mesma, até assusta!

A revelação será adiada, incondicionalmente
Esperamos para tudo nesta vida, não será diferente
Nessa dissimulada alegria e despreocupação
Onde guardas a força para acordar

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Clichés de Hollywood

Hoje e depois de alguns anos a ver filmes americanos ( a Indústria!), trago alguns exemplos do que eu acho serem clichés. Redundantes, reincidentes e inesgotáveis...

1. Ao parar um carro, a personagem nunca o fecha ou tão pouco retira as chaves da ignição.
2. Crises de ansiedade sempre que se bate à porta de alguém (reparem quanto tempo costuma haver de intervalo entre o primeiro e o segundo toque).
3. Momentos mágicos ex: alguém entra num bar e oportunamente decide cantar aquela música que ninguém conhece mas que por milagre a banda residente toca como se tivesse ensaiado um mês para isso.
4. Lencoís desiguais ex: quando há uma cena de pós sexo e/ou acordar, o casal milagrosamente tem os lençóis a tapar as suas partes mais naturais. No caso da mulher, as mamas (lençol muito puxado para cima) e nos homens (o chicote, claro está) demasiado para baixo.
5. Explosões de carros e afins: esta já é bem antiga mas não sei bem porquê continua a resultar. Tanto alarido por nada, que provavelmete nem deveria acontecer. Experimentem atirar um fósforo para uma poça de gasolina e vão ver a excitação... Crianças não experimentem, claro está.
6. Atender o telefone e dizer o nome ou apelido: útil para aquelas pessoas que não tem a certeza para quem estão a ligar. Para quê? Se tiverem Alzheimer ou outra doença degenerativa cerebral qualquer, talvez.
7. Entramos numa sala de estar, lá se encontra uma personagem que tanto pode ter 90 como 20 anos e calmamente assiste a...? Uma Sitcom? Reality show? Noticiário? Não! A um filme do tempo em que ainda não havia cor nas televisões!
Perfeitamente normal...

Sombras de nós próprios

E se aquando de uma decisão crucial das nossas vidas (e tantas encontramos neste percurso), deixássemos uma vida possível, mas não real, para trás? Passo a explicar: Certo dia decidimos mudar de curso ou profissão, seguimos o nosso caminho, mas ficou a desenvolver-se uma sombra de nós próprios, sempre possível no nosso imaginário quando nos lembramos de tal facto. Há várias teorias. O destino, pré destinado, o seguir em frente, sem destino, a vida como ela é, seja ela qual for.